sexta-feira, 16 de julho de 2010

Rock também é cultura


Olá Pessoas,


Nos últimos meses, me dediquei a ler livros que contavam histórias sobre rock, roqueiros e música em geral. Vamos começar falando do Sexo, Drogas e Rolling Stones, escrito por José Emílio Rondeau e Nélio Rodrigues.

Rolling Stones


Sou super fã dos Rolling Stones, tendo vários DVDs, CDs e documentários e posso me considerar um curioso quase compulsivo em saber detalhes da vida e obra das bandas, músicas e etc ... Nesse ponto o livro dos Stones ficou bom, mas o que eu não gostei nele foram os autores escreverem pouco sobre a banda e usar o velho "copiar e colar" assuntos que a mídia internacional, na sua maioria escrita, escreveu. Eles usam muitas referências de uma notícia que saiu aqui ou ali e deixam de dar suas opiniões. Isso, para mim, tornou o livro chato e cansativo. Levei muito tempo para lê-lo, pois o deixei de lado e retomei a leitura umas quatro vezes.


Outro livro que eu li a pouco foi o RPM: Revoluções por Minuto. Escrito por Marcelo Leite de Moraes. RPM foi uma banda que usou e abusou da palavra "superlativo". Tudo na sua carreira foi mega, com a quebra de vários recordes de vendagem, público e shows.


RPM


O livro é bom, mas senti falta de detalhes. Para uma banda que teve uma carreira meteórica. Cresceu muito rápido e durou pouco tempo, o autor poderia ter se dedicado um pouco mais nos detalhes, como o surgimento da banda, a escolha dos integrantes, as composições, as gravações, etc. No livro fica claro que como a grande maioria daquela época, as drogas faziam parte do circuito artístico, mas o assunto foi tratado muito superficialmente. Tem algumas partes do livro que as histórias ficam um pouco confusas no que se refere à cronologia dos fatos. Como eu já disse, o livro é bom, com boas fotos, mas faltou detalhes que, quem compra uma publicação desse tipo, procura.


O baterista Guto Goffi (um dos fundadores do Barão Vemelho) assina o livro Barão Vermelho: Porque a Gente é Assim, junto com o produtor Ezequiel Neves e o jornalista Rodrigo Pinto. Ele foi o responsável pela ampla pesquisa que dá sustentação à obra e pela redação final. O resultado é bom, com passagens divertidas, polêmicas e contestadoras.


Barao Vermelho


É rico em detalhes de composições, gravações e shows, mostrando uma visão por mais que seja pessoal, quase que imparcial. Você vai se sentir quase como se tivesse vivido com os barões o dia-a-dia da banda, as festas, os shows, os primeiros sucessos, o Cazuza entre outros fatos que marcaram a história dessa turma e do rock brasileiro. Recomendo.


Bem, vou falar dos dois melhores livros que li esse ano. O divertidíssimo Vale Tudo: Tim Maia e Eric Clapton: A Autobiografia.


Tim Maia


O livro do Tim Maia, escrito pelo excelente Nelson Motta (esse merece um livro a parte) é maravilhoso. Nele não faltaram detalhes, não faltaram confissões, descobertas, esclarecimentos e muito talento. Preto, gordo e cafajeste, formado em cornologia, sofrências e deficiências capilares, com doutorado em drogas e álcool, o livro mostra um artista com um talento acima da média que poderia ter sido ainda maior se não fosse o seu grande coração e sua mania de viver a vida dia após dia e não pensar no futuro. O livro é otimamente escrito, daqueles que se começa e não consegue largar nem para ir ao banheiro. Eu ia dormir pensando no que iria acontecer na próxima página. Nelson Motta se superou. O livro trás uma frase que eu considero quase que um resumo do que foi a vida de Tim Maia. Uma história de som, fúria e gargalhadas. Imperdível.


E agora, o livro que conta a história de um garoto que aos 17 anos foi chamado de Deus da guitarra. Sir Eric Clapton. Escrito pelo próprio, mostra a sua trajetória, desde a infância e como a música entrou na sua vida, passando pelos vários problemas com drogas e álcool, a morte de seu filho até os dias de hoje.


Eric Clapton


Ele foi de certo modo cruel consigo mesmo, não perdoando nada, contando todas as crises, problemas e frustrações. Você se emociona, chora, ri e delira com o gênio que apesar de tudo que conquistou, foi e se mantém até hoje humilde. Como ele conviveu com outros astros da música internacional, como Beatles, Rolling Stones, Jimmy Hendrix, The Who, entre outros, a sua vida vai se entrelaçando com a história do rock mundial. Excelente. Livro que, quando chega ao fim, você pensa: Já?

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