sexta-feira, 16 de julho de 2010

Um Estrella que quase virou pó


Nesse final de semana eu finalmente vi o filme “Meu nome não é Johnny” na TV a cabo. Eu sei, vocês vão dizer que estou atrasado e tal, mas na época em que este filme estava no cinema, eu dei prioridade para outros que eu julguei melhores e quando me animei a ver, ele já havia saído de cartaz.


É mais um filme nacional de qualidade, com bom elenco, onde o Selton Mello se destaca, não só por ser protagonista, mas sim pelo seu talento. O enredo foi bem escrito, bem filmado, mas o único porém é um grave problema que sempre assolou os filmes nacionais. A droga do som. Eu ainda acho que o som fica a desejar. Tem hora que o volume vai nas alturas e tem hora que, um simples mudar de folha de uma revista te faz perder um diálogo.


O filme mostra com muita clareza que a classe média é uma das principais financiadoras do tráfico e consequentemente, da violência. O simples baseado do final de semana ou as 2 gramas da semana passada ajudaram a comprar um pistola que será usada em um assalto para conseguir mais dinheiro para comprar mais pistolas para mais assalto ... isso também foi mostrado com muita propriedade no Tropa de Elite. Esses mesmos financiadores da violência vão as ruas para protestar contra a violência. Isso seria engraçado se não fosse triste e patético. Hipocrisia acima de qualquer coisa.


Mas por outro lado, mostra também que o velho chavão de que o crime não compensa algumas vezes é verdade. O pretenso sucesso do João Estrella é algo enigmático até, como diz a polícia, “a casa cair”.



Nessa história, João Guilherme Estrella é um rapaz de classe média que se tornou quase sem querer um dos maiores vendedores de cocaína do Rio de Janeiro. O filme mostra a sua vida de glamour, vendendo drogas até para o exterior e seu tempo, como peça integrante do péssimo sistema carcerário brasileiro, quando é preso por tráfico.


O interessante é que a película mostra o inicio e meio de um traficante, mas com um fim um pouco diferente, pois ele é preso, julgado e condenado, mas consegue se reabilitar e voltar a freqüentar a sociedade. É claro que isso é o que o filme mostra e como toda a história é baseada num livro escrito pelo próprio João Estrella, tentamos acreditar que o antigo meliante se tornou um bom moço.





Além do Selton Mello, temos a Cléo Pires (namorada do João Estrella), Cássia Kiss (a juíza), Júlia Lemmertz (mãe do João), entre outros, todos com ótimas atuações.


Fica até meio sem graça recomendar um filme que já está fazendo aniversário, mas para aqueles que ainda não viram, vale conferir.

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